O Observatório Indígenas foi desenvolvido com o objetivo de sistematizar, monitorar e disponibilizar informações qualificadas sobre a realidade dos povos indígenas, permitindo análises consistentes e comparações ao longo do tempo. A metodologia adotada busca garantir transparência e reprodutibilidade, descrevendo de forma detalhada as fontes de dados, as variáveis consideradas e os filtros aplicados.
As informações que compõem o Observatório foram obtidas a partir de bases públicas, incluindo dados secundários e registros administrativos de secretarias estaduais. Essa combinação de fontes possibilita uma visão abrangente e atualizada, permitindo a análise integrada de aspectos demográficos, socioeconômicos e de políticas públicas voltadas aos povos indígenas.
Este documento apresenta, portanto, o conjunto de procedimentos adotados para a coleta, tratamento e organização dos dados, bem como a justificativa para as escolhas metodológicas realizadas. Ao registrar cada etapa, busca-se facilitar a replicação das análises em futuras atualizações e assegurar a integridade e a confiabilidade das informações apresentadas no Observatório.
Análise de Dados
Na aba Distribuição, o painel exibe a localização territorial das famílias indígenas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), destacando aquelas beneficiadas pelo Programa Bolsa Família e pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC). Observa-se um aumento expressivo no número de famílias indígenas cadastradas no CadÚnico a partir de 2018, acompanhado por um crescimento no número de beneficiários do Bolsa Família. Em 2024, o total de indígenas beneficiários do BPC também atingiu seu maior patamar da série.
Na seção Faixa Etária e Sexo, os dados são apresentados por município e agrupados por gênero. A pirâmide etária revela uma população predominantemente jovem, com maior concentração entre 10 e 29 anos. A distribuição por sexo mostra equilíbrio, com leve predominância feminina: 3,67 mil mulheres (50,96%) e 3,53 mil homens (49,04%).
Já a aba Comunidades apresenta um panorama das etnias e povos indígenas reconhecidos no estado, com 27 comunidades identificadas. O painel evidencia a composição étnica da população, com destaque para os povos Acroá-Gamela, Tabajara, Kariri e Caboclos Gamela, que concentram os maiores números. Também são apresentadas informações sobre o total de famílias e a proporção de indígenas por comunidade, sendo Baté-Mare a que concentra o maior número de pessoas (17,31%).
Na aba Saúde, a seção de morbidade hospitalar revela as principais causas de internação da população indígena entre 2014 e 2024, com dados classificados por capítulo da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Gravidez parto e puerpério destaca-se como principal motivo de internações. Após um pico em 2018, observa-se tendência de queda nos anos seguintes, com leve aumento em 2024 — sinalizando a necessidade de atenção contínua à saúde respiratória dessa população.
Metodologia e Notas Técnicas
O painel foi desenvolvido a partir da integração de diferentes bases de dados oficiais, com o objetivo de apresentar um panorama detalhado da população indígena, suas condições socioeconômicas e indicadores de saúde.
Os dados populacionais e territoriais foram obtidos a partir do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Censo Demográfico de 2022, visando identificar a quantidade de pessoas indígenas e a delimitação de seus territórios. Além de registros da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (SASC), Instituto de Terras do Piauí (INTERPI), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Fundação Cultural Palmares.
Para a análise socioassistencial, foram coletados dados do Vis Data – CadÚnico, utilizados para identificar famílias indígenas inscritas no Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família e indígenas beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Já para os indicadores de saúde, a fonte utilizada foi o DataSUS – TabNet, contemplando informações sobre internações hospitalares da população indígena, classificadas por capítulo da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), bem como a evolução anual do número total de internações no período analisado.
Sugestões e Melhorias
Permanecemos dispostos a acolher sugestões, críticas e novos dados que enriqueçam ainda mais esse trabalho, reforçando o compromisso de transparência e eficiência na gestão dos recursos para o estado do Piauí.
Disclaimer
A solução possui caráter meramente informativo e, portanto, não dispensa o uso de instrumentos oficiais pertinentes para a produção de efeitos legais.