Analisar a presença das pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho é um passo fundamental para entender o alcance das políticas de inclusão e formular meios para ampliar a participação desse grupo em condições equitativas. Mais do que atender a exigências legais, estudar o perfil, a distribuição e as condições de inserção das PCD no emprego formal permite identificar desigualdades persistentes, barreiras estruturais e potenciais de crescimento ainda pouco explorados.
Análise de Dados
A aba “Dados Gerais” apresenta uma ampla visão do cenário do emprego formal das pessoas com deficiência no Piauí, destacando o total de vínculos e sua proporção em relação às pessoas sem deficiência. Observa-se a concentração de empregos no território Entre Rios, com 3.418 vínculos até junho de 2025. A pirâmide etária demonstra predominância das faixas de 40 a 59 anos e de 60 anos ou mais, indicando que o grupo de pessoas com deficiência no estado apresenta um perfil etário mais avançado.
Ademais, em “Emprego Formal” fica evidente as diferenças salariais entre os grupos de PCD conforme varia o tipo de deficiência, gênero e cor ou raça. No gráfico “Média salarial por sexo” observamos uma variação moderada com uma leve vantagem para o sexo masculino. Apesar dessas diferenças, os valores se mantêm relativamente estáveis nos últimos anos. O painel também apresenta o fluxo de admissões, demissões e o saldo de empregos ao longo do tempo, percebemos que saldo positivo indica um cenário de leve crescimento da inclusão.
Na última aba, “Porte da Firma”, os dados mostram que as empresas de maior porte concentram a maior parte das contratações, o que pode ser a influência da legislação de cotas e da estrutura organizacional na empregabilidade de pessoas com deficiência. Destaca-se também a predominância de trabalhadores com ensino médio completo e a expressiva participação nos setores de comércio e reparação de automotores. Setores como construção, serviços sociais e transporte também figuram no painel, ainda que em menor proporção. Esse panorama reforça a relevância de políticas voltadas à qualificação profissional e ao incentivo à inclusão em áreas técnicas e de maior remuneração.
Metodologia e Notas Técnicas
A metodologia adotada fundamentou-se no levantamento de dados secundários obtidos em bases públicas oficiais. As informações referentes ao estoque de pessoas com deficiência foram coletadas a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Já os dados sobre salários, escolaridade e distribuição das pessoas com deficiência por setor econômico tiveram como fonte exclusivamente o CAGED. Por fim, as informações relativas à pirâmide etária foram extraídas do Censo Demográfico.









